Pioneiros da Igreja Adventista do Sétimo Dia
Guilherme Miller teve uma forte formação
religiosa, mas associou-se a companhias “erradas”. Seus amigos deixaram a
Bíblia de lado e tinham vagas ideias acerca de Deus e Sua personalidade. Aos 34
anos de idade, Miller ficou insatisfeito com suas ideias. O Espírito Santo
impressionou seu coração e ele dedicou-se ao estudo da Palavra de Deus. Em
Cristo, Miller encontrou a resposta para todas as suas necessidades. Seu estudo
o conduziu às grandes profecias que apontavam para o primeiro e segundo advento
de nosso Senhor. As profecias com relação a tempo o interessavam, especialmente
as profecias de Daniel e do Apocalipse.
No ano de 1818, como resultado de seu estudo das
profecias de Daniel 8 e 9, Miller chegou à conclusão de que Cristo voltaria em
algum momento durante os anos de 1843 ou 1844. Ele hesitou até 1831, antes que
começasse a anunciar suas descobertas. O início do movimento Adventista na
América do Norte pode ser marcado a partir da primeira pregação pública de
Miller. Nos meses e anos que se seguiram, cerca de 100.000 pessoas passaram a
crer na iminência da segunda vinda de Cristo.
Miller viveu por vários anos após o grande
desapontamento de 1844. Dormiu em Cristo em 1849. Uma pequena capela
encontra-se próxima a sua residência em Low Hampton, Nova Iorque, construída
por Miller antes de morrer. Apesar dos equívocos a respeito do evento estava
para acontecer em 1844, Deus o usou para despertar o mundo para a proximidade
do fim e preparar os pecadores para o tempo do juízo.
Joseph Bates (1792-1872)
Aos 15 anos de idade, Joseph Bates “embarcou” em
um navio comercial. Durante os 21 anos subsequentes, viveu a vida de marinheiro
e capitão de navio. Bates voltou a viver uma vida normal em 1828, com uma
pequena fortuna. Durante o Despertamento Adventista, o capitão de navio
aposentado tornou-se um respeitado evangelista e líder espiritual entre os
Adventistas.
No começo 1845, Bates foi providencialmente guiado
a uma compreensão da verdade a respeito do Sábado do sétimo dia, e, em 1846,
publicou um panfleto de 48 páginas sobre o assunto. O respeitado capitão era o
membro mais idoso de nossa igreja pioneira, e tornou-se o primeiro presidente
da Associação Adventista do Sétimo Dia local (Michigan, 1861). Ele viveu até os
80 anos. Um dos motivos pelos quais tinha tanta resistência física, a despeito
de muitos sacrifícios, era sua maneira simples de alimentação e hábitos
temperantes. Bates organizou as primeiras Sociedades de Temperança nos EUA (os
membros tomavam um voto de não fazerem uso de bebidas alcoólicas). Bates era um
homem muito espiritual, com visão bem definida e a coragem de um leão. Não
hesitou fazer sacrifícios quando surgia alguma necessidade.
Hiram Edson (1806-1882)
Hiram Edson nasceu em 30 de dezembro de 1806, no
Condado de Jefferson, em Nova Iorque. Era um fazendeiro Metodista; contudo,
pouco se sabe sobre ele, sua família ou vida, antes de tornar-se um seguidor da
mensagem Milerita do advento. Em 1843, o Milerismo estava crescendo
rapidamente, mas pouco havia sido feito na parte central do estado de Nova
Iorque antes do verão de 1843. Uma reunião campal que utilizou a “grande tenda”
foi marcada para ter início em 23 de junho de 1843, em Rochester, Nova Iorque,
a cerca de 50 km de Port Gibson, onde Edson residia.
Sua filha, Viah Ophelia, disse que ela nasceu
aproximadamente na época que seus pais aceitaram a doutrina adventista pregada
por Miller. É seguro concluir que eles assistiram algumas daquelas reuniões que
aconteceram na grande tenda durante o verão de 1843, e que, durante a parte
final de novembro, quando Miller passou dez dias em Rochester, eles o ouviram
pregar sua convincente mensagem. Considerando todos esses fatos, podemos
calcular que a conversão de Edson tenha ocorrido durante o ano de 1843.
A casa de Edson era frequentemente um local de
reuniões públicas para o pequeno grupo de crentes no advento que ali viviam.
Alguns relatos da história dizem que o grupo se reuniu ali no dia 22 de outubro
de 1844, para aguardar o aparecimento de Cristo em glória. Edson declarou que
vários crentes se haviam reunido em seu celeiro na madrugada do dia 23 de
outubro de 1844, os quais oravam pedindo que “Deus não os desertasse … nessa
hora de aflição …”
Naquela mesma manhã, Edson recebeu a revelação
sobre a obra de Cristo no santuário celestial que explicava o desapontamento —
Jesus tinha uma obra de purificação a efetuar no lugar santíssimo antes de
retornar em poder e glória. Edson foi direcionado a compreender que a
experiência dos Mileritas era um cumprimento da profecia de João em Apocalipse
10:9: “certamente, ele será amargo ao teu estômago, mas, na tua boca, doce como
mel.”
Ele realizou uma conferência sobre o tema do
santuário em Port Gibson, possivelmente no outono de 1846. Tanto Tiago White
como Joseph Bates planejaram assisti-la, mas apenas Bates pôde estar ali. Ele
foi convidado a pregar na conferência, e aproveitou a oportunidade para
compartilhar as novas do Sábado. “Edson já havia discutido o assunto do Sábado
com seus amigos antes que Bates o abordasse sobre a questão … Edson declarou
[em seu manuscrito] que devido a ‘minha compreensão acerca da abertura do
tabernáculo do testemunho no céu, e que foi vista a arca de seu testemunho [Ap.
11:19], e das poucas linhas que eu havia visto escritas por T. M. Preble, eu já
estava considerando o assunto do Sábado do sétimo dia.’” “Assim que a leitura
terminou, o irmão Edson se levantou e disse: ‘Irmão Bates, isso é a luz e a
verdade! O sétimo dia é o Sábado, e eu vou guardá-lo com você!’” Bates,
semelhantemente, aprofundou-se e aceitou a doutrina do santuário durante esta
conferência.
Ellen White (1827-1915)
Ellen Harmon nasceu em Gorham, Maine, em 1827. Em
1840, ela e sua família ouviram William Miller pregar pela primeira vez. Sua
conversão ocorreu em uma reunião campal metodista naquele mesmo ano, e foi
batizada dois anos depois.
Em dezembro de 1844, Ellen recebeu sua primeira
visão, a respeito das viagens do povo do advento para a cidade de Deus. O
Senhor a chamou para um ministério, que duraria toda a sua vida, de ser Sua
mensageira. Ela conheceu Tiago White em fevereiro de 1845, e os dois se casaram
em agosto de 1846.
Os primeiros anos de seu casamento foram marcados
pela pobreza, trabalho duro e saúde debilitada. Em 1849, em resposta a uma
mensagem de Deus que Ellen lhe transmitiu, Tiago White iniciou uma obra de
publicações, começando com o periódico A Verdade Presente.
Além de mensagens pessoais dadas por meio dela a
pessoas específicas, Ellen White recebeu visões e sonhos delineando as verdades
bíblicas para o nosso tempo. Escreveu extensivamente sobre temas tão variados
como: o grande conflito entre Cristo e Satanás, vida saudável, métodos
adequados de educação, e relações familiares dirigidas por Deus. Por meio
destas mensagens, os crentes foram levados a fundar escolas, hospitais e
editoras.
A maior parte de seu legado foi escrito durante as
três últimas décadas de sua vida. Durante estes anos ela trabalhou,
especialmente com outras pessoas, a fim de trazer para a igreja a mensagem da
justificação pela fé, num cenário de fim dos tempos, esforçando-se, então, para
conter os danos que se seguiram quando esta verdade foi rejeitada.
Ellen White passou os últimos anos de sua vida na
Califórnia. Em tempos de apostasia e fogos do juízo, o Senhor continuou a falar
por meio dela até o fim, guiando, reprovando, instruindo a igreja remanescente,
sempre apontando o pecador a Jesus e a Sua cruz, proclamando, em tons de
clarim, que se preparassem para o encontro do Senhor.
Tiago White (1821-1881)
Em sua juventude, Tiago White foi professor de
escola. Posteriormente, tornou-se um ministro do evangelho no estado do Maine.
Aceitou as ideias de Guilherme Miller sobre a segunda vinda e teve muito êxito
na pregação da doutrina da breve vinda do Salvador.
Ele era um executivo talentoso e capaz, líder
missionário e poderoso evangelista. Não apenas tomou parte, juntamente com
Guilherme Miller, Joseph Bates e dezenas de outros pregadores, no anúncio da
vinda de nosso Senhor durante a década de 1840, mas sobreviveu ao movimento
milerita, tornando-se o primeiro grande apóstolo da causa Adventista do Sétimo
Dia.
Tiago White foi o publicador do primeiro periódico
emitido por Adventistas do Sétimo Dia: o Present Truth (1849); foi
também o primeiro editor da Review and Herald (1850), do Youth’s
Instructor (1852), e daSigns of the Times (1874). Foi presidente da
Associação Geral nos anos de 1865-1867, 1869-1871 e 1874-1880.
Se houve alguém que pode ser considerado o
fundador da Casa Editora Review and Herald, esse foi Tiago White, juntamente
com sua esposa, Ellen White. Ele patrocinou e promoveu a Casa Editora Pacific
Press.
Morreu no dia 6 de agosto de 1881, com apenas 60
anos de idade. Literalmente se matou de trabalhar. Os irmãos dependiam tanto
dele que sua elevada fortaleza ruiu. Seus sessenta anos de vida foram gastos de
maneira abnegada e sem interesses próprios. Nenhum outro ministro Adventista do
Sétimo Dia trabalhou mais do que ele no sentido de estabelecer princípios
elevados e eficiência na vida de nossas igrejas e instituições.
John Andrews (1829-1883)
J. N. Andrews foi um estudioso que gostava muito
mais de “estudar severamente” do que de fazer atividade física. Esteve
intimamente associado com Tiago e Ellen White na liderança da Igreja Adventista
e em sua obra evangelística.
Como teólogo, Andrews fez grandes avanços no
desenvolvimento das doutrinas da igreja. Fez a aplicação da besta de dois
chifres de Apocalipse 13 aos Estados Unidos da América. Além disso, foi
influente na criação dos estatutos e constituição da igreja. Em 1855, após
extensa investigação, Andrews adotou o pôr-do-sol de sexta-feira à tarde como o
início do sábado. Isso deu início a um modelo para a igreja. Ele também
organizou a igreja como uma Associação Organizacional Jurídica, permitindo à
igreja obter posse legal de propriedades. Durante a Guerra Civil, Andrews fez
lobby para que os adventistas alistados pudessem obter designação de
não-combatentes.
Em 1860, ele envolveu-se na organização da casa
editora da denominação nos EUA. No ano seguinte, publicou sua extensa pesquisa,
intitulada: História do Sábado e do Primeiro Dia da Semana. Esta obra
representava uma revisão do Sábado do sétimo dia na história. Entre 1869-1870,
Andrews foi o editor da Review and Herald.
Em 1874, ele tornou-se o primeiro missionário
Adventista do Sétimo Dia na Suíça. Empenhou-se em reunir os grupos espalhados
de guardadores do Sábado, e em organizá-los com uma mensagem organizada.
Enquanto vivia em Basileia, na Suíça, contraiu tuberculose e morreu aos 54 anos
de idade.
John Byington (1798-1887)
John Byington nasceu em Vermont, filho de um
pregador Metodista que havia servido como soldado no exército Revolucionário,
que lutou pela independência Americana da Inglaterra. John foi batizado na
Igreja Metodista aos 17 anos de idade. Pouco depois, recebeu uma licença para
pregar como pregador leigo.
Após mudar-se para o estado de Nova Iorque, ajudou
a construir uma casa de culto para a Igreja Metodista por volta de 1837 em
Buck’s Bridge. Envolveu-se profundamente com o movimento da anti-escravatura,
que eventualmente levou a um cisma na Igreja Metodista. John uniu-se à Igreja
Metodista Wesleyana, e auxiliou a erigir o prédio da igreja, bem como a casa
pastoral em Morley.
Em 1844, John assistiu a sermões sobre a iminente
vinda de Cristo, e começou a estudar as profecias. Em 1852, H. W. Lawrence
deu-lhe uma cópia da Review and Herald, contendo artigos sobre o Sábado do
sétimo dia. Ele aceitou a verdade do Sábado antes que terminasse o ano, e foi
batizado. Ajudou a construir a primeira igreja Adventista guardadora do Sábado
construída para esse propósito. Tiago e Ellen White convidaram a família
Byington para mudar para Battle Creek em 1858. John comprou uma fazenda ali por
perto, e, de lá, viajava para ministrar aos crentes dispersos. Em 1863, com a
idade de 65, aceitou ser o primeiro presidente da recém-organizada Igreja
Adventista do Sétimo Dia. Trabalhou como um verdadeiro pastor durante seu
mandato. Então, retornou a sua fazenda, mas continuou a visitação aos membros
por todo o estado de Michigan nos 22 anos subsequentes. “Eu preciso alimentar
os cordeiros do rebanho,” escreveu.
John Loughborough (1832-1924)
J. N. Loughborough tornou-se um Adventista
guardador do Sábado como resultado da obra de J. N. Andrews. Começou
imediatamente a pregar e foi ordenado em 1854. Haskell, juntamente com D. T.
Bordeau, foram nossos primeiros missionários, enviados à Califórnia em 1868. Em
1878, foi enviado à Europa. Por algum tempo ele foi presidente da Associação do
estado do Illinois. Foi o primeiro historiador da denominação, e escreveu os
seguintes livros: The Rise and Progress of Seventh-day Adventists [O
Surgimento e Progresso dos Adventistas do Sétimo Dia] e The Great Second
Advent Movement [O Grande Movimento do Segundo Advento].
Assim como aconteceu com a maioria dos líderes
iniciais do movimento Adventista, Loughborough tinha um grande interesse na
obra de publicações. Ele e Tiago White discutiam formas e meios de avançar a
obra do evangelho. Foi sugerido que se, juntamente com a obra de pregações,
fossem oferecidos livros ao público, o povo estaria disposto a pagar uma
pequena soma por eles. Assim, o caminho estaria preparado para que mais
literatura fosse produzida. O jovem Loughborough experimentou esse método e
isso foi um sucesso.
Loughborough foi seguramente um grande pioneiro,
cedendo seus muitos talentos ao desenvolvimento da obra onde quer que houvesse
uma necessidade.
O pastor Loughborough foi obediente à visão
celestial, e Deus o usou de forma poderosa para aumentar o interesse de Sua
causa. Loughborough passou seus últimos anos no Sanatório de Santa Helena, onde
faleceu pacificamente no dia 7 de Abril de 1924, na avançada idade de 92.
Stephen Haskel (1833-1922)
Stephen Haskell foi um evangelista e
administrador. Começou pregando para os Adventistas não-guardadores do Sábado
na região da Nova Inglaterra em 1853, e, posteriormente, no mesmo ano, começou
a guardar o Sábado. Após realizar trabalho de auto-sustento na Nova Inglaterra,
ele foi ordenado em 1870, tornando-se presidente da Associação da Nova
Inglaterra (1870-1876, 1877-1887). Em 1870, ele organizou a primeira Sociedade
Missionária e de Tratados da Associação; e, subsequentemente, organizou
sociedades semelhantes em várias outras partes do Leste dos Estados Unidos.
Haskell foi, durante três mandatos, o presidente da Associação da Califórnia
(1879-1887, 1891-1894, 1908-1911), e também da Associação do estado do Maine
(1884-1886).
Em 1885, ele estava encarregado de um grupo que
havia sido enviado para dar início à obra denominacional na Austrália e na Nova
Zelândia. Em 1887, juntamente com outros três instrutores bíblicos, iniciou a
obra Adventista em Londres, na Inglaterra. Haskell fez um tour mundial em favor
da obra missionária em 1889-1890, no qual visitou a Europa Ocidental, o sul da
África, a Índia, a China, o Japão e a Austrália.
Uma outra coisa em que Haskell foi um pioneiro foi
na organização da primeira IASD de Afro-Americanos na cidade de Nova Iorque (1902).
Ele liderou a obra de temperança no estado do Maine (1911), começou a imprimir
livros para os cegos (1912), e auxiliou no progresso do Hospital Memorial White
(1916). Seus escritos incluem: A História do Profeta Daniel, A
História do Vidente de Pátmos, eA Cruz e Sua Sombra.
Urias Smith
Em dezembro de 1852, Urias Smith aceitou a
mensagem ensinada pelos Adventistas guardadores do Sábado, e logo associou-se
com a área de publicação dos crentes em Rochester, Nova Iorque. Por cerca de
meio século foi ele o editor, ou parte da equipe editorial da revista
denominacional, a Review and Herald. Smith foi o primeiro Secretário da
Conferência Geral, iniciando em 1863.
Ele é mais melhor conhecido por seu livro: Pensamentos
sobre Daniel e Apocalipse. Smith foi o primeiro professor do Colégio de Battle
Creek.
Frequentemente andava mancando pelas ruas de
Battle Creek, com sua bengala e perna artificial, pois havia sofrido uma
amputação em sua adolescência.
W. A. Spicer nos fala de sua impressão acerca de
Urias Smith: “Como menino, sempre senti um certo respeito ao passar pela sala
editorial do irmão Smith, no antigo escritório da Review and Herald em Battle
Creek, pois havia um lembrete na porta, escrito em tinta roxa-escura e letras
grandes:
‘Sala do Editor.
Ocupado? Sim, sempre.
Se você tem algum problema,
Cuide do seu problema,
E deixe-nos cuidar dos nossos.’”
Smith era alguém que não parava. Embora estivesse
ocupado nas coisas de Deus, e quisesse que cada pessoa se preocupasse com seus
próprios problemas, ele era uma pessoa agradável e bondosa.
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