História dos Desbravadores (Brasil)
História dos
Desbravadores (Brasil)

Segundo Claudinei Candido Silva, pesquisador do Departamento de Desbravadores
da Associação Geral , o Pastror Jairo Tavares de Araújo, então líder da
juventude adventista da Divisão Sul-Americana, com sede ainda no Uruguai foi o
primeiro a incentivar a organização de Clubes de Desbravadores na América do
Sul. Em 1957, ele preparou um pequeno manual sobre como organizar um Clube de
Desbravadores.
Em São Paulo
"Tive a oportunidade de conversar com o Pr. Jairo de Araújo, por ocasião
de um Camporee da União Central Brasileira, realizado em Brasília, quando ele e
eu fomos homenageados pela criação desse movimento [ Desbravadores] no
Brasil", conta o Pastor Wilson Sarli. "Ele me lembrou de quando, em
1959, por ocasião das comemorações dos 40 anos da Sociedade dos Missionários
Voluntários no Brasil, realizadas no artigo Colégio Adventista Brasileiro, de
29 de julho a 1 de agosto, ele lançou um desafio para a criação de clubes de
desbravadores. Eu estava presente a este congresso, ainda como distrital em
Bauru, SP. Mas, até então, não havia desbravadores no Brasil. Era uma atividade
desconhecida."
O primeiro contato que o Pastor Wilson Sarli teve com um clube de desbravadores
organizado, foi no dia 6 de janeiro de 1961, em Embalce Rio Tercero, na
Argentina. Ele havia recém assumido o Departamento de Jovens da Associação
Paulista e estava representando São Paulo no Congresso de Jovens da União
Austral. Na sexta-feira assistiu as apresentações de um clube de desbravadores
no Chile, sob a liderança do Pastor John B. Youngberg, missionário americano
que havia criado o clube naquele país.
De volta ao Brasil, com todo material que conseguiu com o Pastor Youngbeerg, o
Pastor Wilson pediu a sua secretária que o traduzisse. Segundo ele, esse
material foi-lhe solicitado pelo Pastor Henry Feyerabend e também serviu de
apoio ao surgimento dos Desbravadores em Santa Catarina. Alguns dias depois, o
Pastor Jesus Nazareth Bronze, então Distrital de Ribeirão Preto, comunicou-lhe
que a comissão da igreja havia recentemente escolhido um diretor para o Clube
de Desbravadores local, a ser fundado, e solicitava instruções para o seu
funcionamento.
Em Ribeirão Preto, o Pastor Wilson foi apresentado a um dos primeiros diretores
de clube do Brasil, o jovem Luis Roberto Farias, que foi substituído logo
depois por Edgard Turcílio. No sábado, todos aguardavam ansiosos pelas palavras
do Pastor da Associação, que naquele dia pregaria sobre o Clube de
Desbravadores.
Em Santa Catarina
Em Santa Catarina

Entretanto, em e-mail de 25/10/00, para Francisco Lemos, o Pastor Henry
Feyerabend afirma com respeito à origem dos Desbravadores em Santa Catarina:
" Não tenho nada escrito para confirmar a data de início dos clubes. Minha
memória também não é perfeita. Fui para Santa Catarina em 1958 e saí de lá em
1962, transferido para A voz da Profecia. Organizei 7 ou 8 clubes em Santa
Catarina messe período. Mas a Associação não tem nada que confirme as datas em
seus arquivos. Os membros da Igreja de Lageado Baixo dizem que tem certeza de
que o seu clube foi organizado antes da viagem para a Argentina em 1961. Mas
como já falei, eu não tenho dados escritos nem memória para declarar que foi
assim".
No mês de julho de 1961, o Pastor Feyerabend recebeu a visita do Pastor
Youngberg, que viera ao Brasil passar algumas dicas sobre como organizar clubes
de desbravadores. Naquele tempo já havia clubes em seis cidades catarinenses -
Lageado Baixo, Joinville, Blumenau, Florianópolis, Benedito Novo e Bom Retiro.
O primeiro a ser fundado foi o de Lageado Baixo, que teve como primeiro Diretor
o jovem Osvaldo Haroldo Fuckner.
O evento mais marcante para o Pastor Feyerabend foi a realização de um campori
na praia de Itapema, em 1961. " Reunimos naquele acampamento os clubes que
havia em Santa Catarina", conta Feyerand. " Não me lembro do número
exato de pessoas que participaram, mais creio que tivemos quase 200, contando
desbravadores, conselheiros, pastores e instrutores.
No Rio de Janeiro
Quase na mesma época em que o Pastor Wilson Sarli organizava o clube de
Ribeirão Preto, o Pastor Cláudio C. Belz ( bisneto do pioneiro Guilherme Belz)
recebia dos Estados Unidos material sobre os Desbravadores. Na época, ele era
Diretor de Jovens na Associação Rio-Minas. Seu pai, Rodolpho Belz, traduziu as
apostilas e ambos, pai e filho, ficaram entusiasmados com as idéias nelas
apresentadas. O Pastor Cláudio preparou um sermão sobre o assunto e o
apresentou na igreja de Pavuna, no Rio de Janeiro. Pouco tempo depois, vestindo
seu uniforme recém-confeccionado (foi o primeiro desbravador uniformizado em
nosso país) e de bandeira em punho apresentou-se na Igreja de Meyer, Rio de
Janeiro, onde também falou sobre a importância do Clube de Desbravadores.
"Na hora do culto, algumas se retiraram da igreja", lembra o Pastor
Cláudio. " Na saída, chamaram-me de louco. Onde já se viu um pastor
adventista organizando um clube dentro da igreja, com uniforme, bandeira, hino
oficial... Quase desanimei. Ainda bem que meu pai era o presidente da União Este-Brasileira
e, como homem de visão, deu-me toda a cobertura".
O Pastor Cláudio Belz organizou o seu primeiro campori de União, no Brasil, e o
primeiro campori Sul-Americano. Segundo dados da Associação Geral, ele foi o
Diretor de jovens que mais tempo dedicou aos Desbravadores: 33 anos. Junto com
o Pastor Youngberg, Cláudio Belz fundou Clubes em vários lugares do Brasil.
Desafio Juvenil
Nos dias 1º a 4 de novembro de 1970, 350 desbravadores tiveram a oportunidade
de participar do primeiro Campori de Associação (congresso do qual participaram
vários clubes) realizado no Brasil. A cidade escolhida foi Pirassununga, SP. E
os organizadores foram o Pastores Rodolpho Gorski ( então diretor de jovens da
antiga União Sul-Brasileira, cuja sede era São Paulo) e José Silvestre.
"Lembro-me da viagem que fizemos de trem de São Paulo até
Pirassununga", recorda o Pastor Gorski. "Lembro-me com saudades das
barracas, do programa, das atividades, dos banhos no rio, e da cachoeira".
Havia Clubes do interior do Estado e da capital, o que tornava aquele encontro
um fato inédito, uma vez que os acampamentos até então eram realizados
isoladamente por clubes.
Além de ser um dos organizadores desse primeiro Campori, o Pastor José
Silvestre foi um desses homens que vestiu o uniforme dos desbravadores para
nunca mais tirar, Natural de Regente Feijó, SP, Silvestre começou a trabalhar
com Desbravadores (na Obra)em 1972, com 34 anos. Foi ordenado ao Ministério em
1975. Em 1978 foi para o distrito de Registro, SP, onde organizou três clubes,
que funcionam até hoje. Em 1980 assumiu o Departamento de Jovens da Associação
Paulista, a fim de continuar trabalhando com os Desbravadores. "Sempre
gostei de trabalhar com os jovens porque eles encaram mais facilmente os
desafios", diz o Pastor Silvestre.
Esse gosto pelos Desbravadores começou bem cedo, quando Silvestre ainda estava
no Colégio Interno, onde fundou o Clube de Desbravadores do IAE, em 1965. Na
época ele leu muitos livros, manuais e apostilas dos escoteiros e outros
movimentos ligados a educação de menores. Pesquisou também os livros de Ellen
G. White e encontrou apoio no que ela escreveu sobre a educação, orientação e
formação dos jovens e juvenis.
Os desbravadores das décadas de 1960 e 1970 não tinham materiais didáticos nem
equipamentos. Naquela época as barracas eram caras e muitos materiais eram
importados. Também não tinham líderes preparados, mas insistimos na realização
de cursos e na preparação de novos líderes. Foram tempo difíceis, é verdade,
mas acreditamos e antevimos milhares de jovens e juvenis que se firmariam na
Igreja, sendo, no futuro, líderes fortes" lembra o Pastor Silvestre.

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